Ser
Estranho
(Casa Branca - Gandhula)
Dentro de mim aparece às
vezes
Uma mulher que em mim vive em segredo
Um ser estranho que até tenho
medo
Que algum dia me expulse de mim
é mais doida, que a própria
ferida
é mais calada que o próprio silencio
e tem a idade em que nada é
proibido
vive comigo dentro de mim
corre pra dentro de
mim
como se eu fosse uma espécie de aprendiz
fala comigo tal qual a um
amigo
e me aconselha a fazer tudo aquilo que a coragem não deixa
fazer
quando eu não faço ela faz
quando eu não quero ela é
audaz
quando se zanga consegue o
que quer
às vezes me diz que não quer ser mulher
mas sente falta de um
homem qualquer
essa mulher grita dentro de mim quando calo
essa mulher
chora dentro de mim quando canto
essa mulher ri do meu
sofrimento se amo
essa mulher sai de dentro mim quando sonho
essa mulher
morre dentro de mim quando grito
essa mulher me dá sua mão quando
sofro
ela é tão "eu" que às vezes
não sei quem é ela
É tão só que as vezes não sei se sou eu
ela é a vida, é
a morte doida
é doída como um corte no fundo do meu coração, coração,
coração
Dentro de mim aparecem
segredos
Uma mulher que me vive às vezes
Um ser estranho que até tenho
medo
Algum dia me expulse de mim
Que algum dia me expulse de
mim
Pesquisa e
Formatação
reginaLU
julho/2007