A maioria de nós conhece Monteiro Lobato.
Apenas uma formatação não dá conta de toda sua obra, tão extensa e maravilhosa.
Fica a lembrança e os links para quem quiser saber mais.
Advogado, pintor, ensaísta, escritor, tradutor, editor, inventor, fotógrafo, José Bento Monteiro Lobato nasceu na cidade de Taubaté em 18 de abril de 1882 (ele dizia que nasceu em 1884). Filho de fazendeiros, publicou seus primeiros contos em jornais e revistas, reunindo uma série deles em "Urupês", considerada sua obra prima.
Era um homem engajado no seu tempo e não se omitia em relação a qualquer tema, tendo participado de campanhas por saúde, defesa do meio-ambiente, reforma agrária e petróleo, entre outros, que continuam atuais.
Assim, contou do trabalho do menor, do parasitismo da burocracia, da violência contra os negros, os imigrantes e as mulheres, da arrogância dos donos do poder, da desorganização malévola do crescimento urbano, da degradação da vida do interior, apontando a tendência autofágica dos tempos, que resultaria na crise mundial de 1929.
Até Lobato, os livros brasileiros eram impressos em Paris ou Lisboa. Monteiro Lobato fundou a primeira editora brasileira, a Monteiro Lobato e Cia, iniciando o movimento editorial brasileiro.
Seus primeiros livros foram "Urupês", "Cidades Mortas" e "Negrinha", seguidos de O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo.
Neste último deixou claro o seu nacionalismo e posição favorável à exploração do petróleo exclusivamente por empresas brasileiras. Tais idéias lhe valeram sofrimento. Ao escrever a Getúlio Vargas denunciando o interesse estrangeiro em negar a existência de petróleo no Brasil, acabou preso porquanto a carta foi considerada ofensiva. Em 1941 foi  preso novamente pelo mesmo motivo. A luta acabaria por deixá-lo pobre e doente.
 
 
Seu brilhantismo em escrever com linguagem simples onde fantasia e realidade se apresentam lado a lado, o fez muito conhecido e apreciado entre as crianças sendo considerado o precursor da literatura infantil no Brasil. Além de "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", escreveu A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.  

 

 É popularmente conhecido pelo educativo e divertido conjunto de sua obra de livros infantis, o que seria aproximadamente metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de inúmeros e deliciosos contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, prefácios, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro e um único romance, O Presidente Negro, não alcançou a mesma popularidade, mas ainda assim representa um divisor de águas na literatura brasileira.
 "Um país se faz com homens e livros"
 
Monteiro Lobato morreu no dia 04 de julho de 1948, vitimado por um derrame. Deixou um verdadeiro tesouro em personagens que ficarão para sempre gravados nos corações dos que tiveram ou terão o privilégio de conhecer as histórias do Jeca Tatu, do Saci, da Cuca, da boneca Emília, do Visconde de Sabugosa, da Narizinho, do Pedrinho, da Tia Nastácia, da Dona Benta, entre outros.
 
Grande parte da literatura de Monteiro Lobato sempre foi direcionada aos leitores pequeninos. Produziu durante toda sua carreira literária 26 títulos destinados ao público infantil. É um dos mais importantes escritores da literatura infanto-juvenil da América Latina e também do mundo.
Sua obra completa foi , em 1946, publicada pela Editora Brasiliense. Essa edição foi preparada e reformulada pelo próprio Monteiro Lobato, o qual, inclusive, reviu diversos de seus livros infantis.
 
Segue descrição  contida no livro "Reinações de Narizinho', em relação às principais personagens do sítio.
As ilustrações são da autoria de Manoel Victor Filho.
A Boneca Emília
“Emília foi feita por tia Nastácia, com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa. Apesar disso Narizinho gosta muito dela; não almoça nem janta sem a ter ao lado, nem se deita sem primeiro acomodá-la numa redinha entre dois pés de cadeira”.
Emília era muda até engolir uma pílula falante dada pelo doutor Caramujo. “Emília engoliu a pílula, muito bem engolida, e começou a falar no mesmo instante. A primeira coisa que disse foi: ‘Estou com um horrível gosto de sapo na boca!’ E falou, falou, falou mais de uma hora sem parar. Falou tanto que Narizinho, atordoada, disse ao doutor que era melhor fazê-la vomitar aquela pílula e engolir outra mais fraca”.
Emília é autoritária, individualista, obstinada e jamais altera seu ponto de vista ou opinião, transpirando liderança e grande curiosidade.
Muito esperta, ela também é mal criada, rebelde, egoista, teimosa, interesseira e às vezes até dotada de uma certa maldade ingênua.
A tudo isso as outras personagens respondem com muita sabedoria, transparecendo nessa interação, grandes lições educativas.
 

Dona Benta
D. Benta Encerrabodes de Oliveira é a avó divertida, que nunca perde oportunidade de educar. Inteligente e culta, enérgica e compreensiva, sensata e carinhosa, realista mas capaz de aceitar as mais fantásticas brincadeiras.
“Numa casinha branca, lá no Sítio do Picapau Amarelo, mora uma velha de mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu caminho pensando:
- Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto...”
No início das histórias Dona Benta não dava importância às aventuras da turminha, pensando que não passavam de fruto de imaginação infantil.
Aos poucos ela também vai descobrindo as maravilhas desse mundo encantado, e dele também participa.
 

Narizinho (Lúcia)
“Dona Benta é a mais feliz da vovós, porque vive em companhia da mais encantadora das netas - Lúcia, a menina do Narizinho arrebitado, ou Narizinho como todos dizem. Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho bens gostosos”.
"Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipocas e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos"
Narizinho é uma menina muito inteligente e meiga. Nas andanças da turma, da Grécia Antiga ao Reino das Águas Claras, ela encanta a todos.
 
 
Pedrinho
Filho de Tonica e neto de Dona Benta, Pedrinho é criado na cidade e passa suas férias no Sítio. “Pedrinho não podia compreender férias passadas em outro lugar que não fosse no Sítio do Picapau Amarelo”. Corajoso, curioso e de espírito aventureiro, não tinha medo nem de onça." Mas tinha medo de saci. Com a ajuda do tio Barnabé, caçou um e acabou ficando seu amigo. Junto com a prima Narizinho, planeja as grandes aventuras pelo mundo das maravilhas.
 
 
Tia Nastácia
A habilidosa, afetuosa e humilde Tia Nastácia vive fazendo o sinal da cruz e dizendo para tudo: "Credo! O Mundo está perdido!". É uma grande quituteira e uma espécie de "faz-tudo" da casa. Grande contadora de histórias reúne a turma do sítio para ouvir seus "causos", enquanto comem rosquinhas de  polvilho. É
respeitada e querida por todos.
 

Visconde de Sabugosa
Criado pelas hábeis mãos de Tia Nastácia, a partir de um sabugo de milho, tem pavor de galinhas, por ter tomado umas bicadas nos botões de sua casaca. Pegou bolor e morreu, mas Emília guardou o sabugo e Tia Nastácia fez outro novinho. É um sábio que apresenta obediência servil aos mandos de Emília, que não respeita sua sabedoria, fidelidade e nobreza. Uma representação da crítica ao adulto culto e professoral.
 
 
      
 
Referências
 
imagens e midi obtidas em grupos de troca
montagem e formatação_reginaLU

        

 
 
 

 

 
 
 

 
 

 
 
 
 

 






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